Inglês: língua de comunicação mundial?

 

Que falar inglês hoje é uma necessidade nós já sabemos. E também não é novidade que a língua inglesa está presente nas mais diversas áreas das nossas vidas. Mas por que, dentre os mais de seis mil idiomas existentes, o inglês foi escolhido como língua mundial?

Primeiro, precisamos entender o que leva uma língua a se tornar o idioma de comunicação entre diferentes povos. Isso não é uma decisão arbitrária ou mero acaso. Línguas são sistemas vivos, e podem morrer: basta que, por qualquer razão, seus falantes parem de usá-la e ensiná-la. Assim, quando o último falante de uma língua morre, ela desaparece. Mas enquanto estão vivas, elas estão em constante transformação, decorrente do seu próprio uso.

Como já falamos aqui no blog, um idioma é uma ferramenta de comunicação. Ele serve para um propósito, e tem que se adaptar às necessidades de seus falantes. Por isso, temos expressões que usamos diariamente e que nossos avós não conhecem como:

  • blogueira,
  • postagem,
  • gênero não-binário.

São palavras que foram criadas ou adaptadas para refletir ideias que não existiam ou não eram formuladas há alguns anos.

Assim, o idioma “escolhido” como língua franca reflete as necessidades de uso dessa língua. E elas têm quase sempre uma motivação política.

 

Inglês como língua mundial é novidade

Pergunte a alguém com mais de 60 anos qual foi a segunda língua que ele/ela aprendeu na escola. São grandes as chances de que a resposta seja francês, e não inglês. Pois é, o inglês se consolidou como língua franca há pouco mais de meio século. Antes disso, o francês era a língua de comunicação mundial.

O francês foi disseminado pela costa africana pela colonização. Além de ser utilizado como língua de comércio entre essas colônias e as nações europeias. E se consolidou como língua franca no século XVIII pela produção político-cultural da Revolução Francesa.

No início do século XX, as coisas começaram a mudar. Com a 1ª Guerra Mundial na Europa, os Estados Unidos se viram em uma posição geográfica e econômica privilegiada. Longe das linhas de combate, eles podiam produzir insumos e financiar outras nações sem sofrer grandes danos. Isso elevou os EUA ao posto de potência econômica ao final da guerra. Era a eles que os países destruídos recorriam para financiar sua reconstrução.

Os Estados Unidos tiveram um papel muito mais central na 2ª Guerra. Ainda assim, sua posição geográfica evitava combates em solo americano. Com exceção da ameaça nuclear e a defesa da costa do Pacífico, seu território foi mais uma vez poupado. Todo o esforço de guerra norte-americano foi traduzido no envio de tropas e insumos para as zonas de combate. E, junto com eles, exportava-se também filmes e músicas, além da propaganda de guerra, produzida no país. 

Alcance mundial

Ao final da 2ª Guerra, mais uma vez, os países da Europa estavam devastados. E passaram a consumir produtos norte-americanos, desde insumos básicos até sua produção cultural. Consolidava-se a posição de potência político-econômica mundial do país.

Somam-se à História outros aspectos que tornaram o alcance da língua inglesa global:

  • expansão do Império Britânico entre os séculos XIV e XIX. Com sua superioridade naval, o Império Britânico se destacou durante as Grandes Navegações. Nesse período, as nações europeias exploraram e colonizaram diversos territórios na África, América e Ásia. 
  • a cultura de exportação norte-americana. A produção musical e cinematográfica dos EUA passou a ser consumida mundialmente. Tudo começou com a disseminação cultural propiciada pelos soldados norte-americanos durante a guerra.
  • os avanços tecnológicos na segunda metade do século XX. A corrida espacial, o desenvolvimento nuclear e invenção dos computadores e, posteriormente, da internet. Os Estados Unidos foram protagonista nessas e em outras áreas. Hoje, muitas das coisas que usamos (a internet é uma delas) têm nomes de origem inglesa.
  • a estrutura da língua inglesa. O inglês apresenta uma estrutura mais simples do que as línguas românticas (português, espanhol, francês, italiano…). E tem uma organização similar à desses idiomas, que são predominantes no Ocidente. Quando comparado, o seu aprendizado é muito mais fácil para falantes de qualquer outro idioma.

Todos esses fatores contribuem para que o inglês siga sendo a nossa língua mundial por um bom tempo. Ou será que precisaremos aprender mandarim num futuro próximo?

 

Fontes:
https://idiomasrio.com.br/por-que-o-ingles-tornou-se-a-lingua-universal/
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-os-estados-unidos-viraram-a-maior-potencia-mundial/
https://www.superprof.com.br/blog/como-nasceu-o-idioma-de-moliere/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial

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